9 Factos que deveria saber sobre a Ryanair
Ultimamente, tem ocorrido uma imensa quantidade de artigos com factos algo divertidos e interessantes sobre a mais “amada” das companhias aéreas – a Ryanair. Enquanto uns foram verdadeiramente atenciosos, outros tiveram algumas… discrepâncias entre a realidade e o que é afirmado no artigo. Decidimos então abordar alguns tópicos e acrescentar outros mais fascinantes sobre a Ryanair. Aqui vamos nós.
- 2018-11-21
- 3:57 PM GMT
9. Ryanair nunca teve um acidente fatal… mas algumas vezes foi por pouco
A reivindicação atual afirma que o único acidente prejudicial da Ryanair aconteceu em 2008, quando um avião teve que fazer uma aterragem de emergência. Oito passageiros e dois tripulantes foram levados para o hospital com ferimentos leves.
Infelizmente, as pessoas tendem a esquecer-se de casos semelhantes. Só este ano, um avião da Ryanair teve que fazer uma aterragem de emergência depois de a cabine ter perdido pressão, deixando 33 passageiros no hospital. Pelo menos mais 23 pessoas ficaram feridas devido à turbulência, perda de pressão na cabine e outros incidentes desde 2010.
Mas estes “quase erros” não são todos sobre lesões físicas. Desde 2012, houve 7 vezes que os motores de avião pararam durante o voo ou tiveram problemas. Também quase que ocorreram 5 colisões, a última aconteceu a 2 de outubro de 2018, quando dois aviões da Ryanair por pouco não chegaram a colidir.
8. Tratamento de colaboradores
Não é nenhum segredo que a Ryanair não é a melhor empresa empregadora no mercado. Diz-se que os comissários de bordo e hospedeiras, têm que pagar pela sua formação e fardas, e que seu desempenho é avaliado pela quantidade de vendas que fazem nos voos.
2018 ficou marcado por greves, tanto de pilotos como de tripulantes. A Ryanair foi presenteada com uma lista de 34 exigências, que incluíam crescimento de salários, melhor remuneração por licença médica e parental e horários de trabalho mais estáveis.
A Ryanair resistiu às exigências, alegando que o salário era competitivo e, portanto, não deveria ser aumentado. Em resposta à última greve no final de setembro, a Ryanair fechou duas bases alemãs, acabando por dispensar pilotos e tripulantes.
7. O calendário sexy da Ryanair
O calendário, que mostra hospedeiras de bordo (apenas mulheres, sem homens) era algo real até que foi descontinuado em 2014, depois das pessoas protestarem contra a prática sexista e objetivadora.
O calendário do ano de 2012 foi extremamente controverso. Mais de 8000 pessoas juntaram-se para protestar contra o calendário e o responsável pela Ryanair disse: “Isto prova apenas que há 7.000 puritanos.” Alguns passageiros irritados da Ryanair, que apelidaram a empresa de “Lyingair” (Companhia Aérea Mentirosa), também lançaram um calendário no mesmo ano. Eles tentaram chegar à empresa para os incentivar a cuidar dos seus clientes de forma que iria repercutir sobre eles – fotos sensuais.
6. Presença online da Ryanair
A Ryanair aparece frequentemente nos destaques devido a problemas relacionados com o seu website. As pessoas estão a ter dificuldades com o check-in online, com a impressão dos cartões de embarque, etc. O seu último truque foi anunciar a venda massiva de bilhetes num único dia e ter o website em manutenção nesse mesmo dia. Inteligente.
5. Os maiores mercados da Ryanair
Em 2017, 36.3 milhões de passageiros levantaram voo de aeroportos italianos com a Ryanair, deixando o Reino Unido para segundo lugar e Espanha para terceiro.
Infelizmente, os números em 2018 poderão não ser tão fantásticos. Como mencionado antes, as greves flagraram na europa e centenas de milhares de passageiros foram afetados. Os maiores mercados da Ryanair não foram exceção. Passageiros dos três principais mercados/países viram os seus voos cancelados.
A Ryanair não está disposta a pagar compensações morais visto que insistem que as paralisações estão para lá do controlo da Ryanair e afirmam ainda que reclamações deste tipo serão rejeitadas.
4. Camas e… sexo oral?
Em 2008, a Ryanair realizou uma conferência na Alemanha para discutir os planos futuros da empresa. O CEO Michael O’Leary anunciou a intenção de entrar no mercado de longa distância. Ele explicou que a Ryanair usaria aeroportos baratos a uma distância considerável das grandes cidades americanas e que haveria duas classes – economia e negócios.
A classe económica foi explicada como extremamente barata, “10 euros mais ou menos”, e iria requerer os passageiros pagarem serviços adicionais, como comida ou água. A classe executiva, por outro lado, teria todos os serviços gratuitos. Segundo o próprio CEO, “camas e sexo oral” estaria incluído. Estranhamente, não mencionou o tipo de “extras” que seriam disponibilizados para as senhoras.
Na mesma conferência O’Leary também demonstrou insatisfação com o facto do tradutor alemão não ter traduzido a sua observação. Elegante.
3. A relação difícil da Ryanair com o álcool
No verão de 2004, a Ryanair decidiu incentivar os passageiros a trazer bebidas alcoólicas quando viajavam para o estrangeiro, vendendo “Bullseye Baggies” – pequenos sacos de plásticos para bebidas alcoólicas. O item foi posteriormente descontinuado depois de muitas críticas.
Em 2017, houve rumores de que as hospedeiras e os comissários de bordo foram incentivados a vender o máximo de itens possível no voo. O álcool era relevante nesse sentido: se um comissário de bordo não vendesse bebida suficiente, ele ou ela poderia ter problemas – desde piores condições de trabalho até mesmo à possibilidade de ser demitido.
Em 2018, a Ryanair decidiu mudar de tom e começou a fazer campanha contra o uso de álcool. Começaram por proibir os passageiros de trazer álcool a bordo enquanto voavam para alguns destinos específicos. Depois, todas as compras de álcool isentas de impostos passaram a ter que ser colocadas em espera ou deixadas para trás.
No final do ano, a Ryanair começou a tomar medidas contra o uso de álcool nos aeroportos, pressionando para que não se consumisse álcool antes das 10 da manhã. Também sugeriram uma política de duas bebidas por passageiro, que seria monitorada com a digitalização de cartões de embarque. Esperemos que também faça parte dos planos da organização, interromper a venda de bebidas alcoólicas a bordo.
2. Fome de Dinheiro
A pesquisa da IdeaWorks mostra que a Ryanair fez 28% de seus lucros de 2017 de “receita acessória” – uma frase legal usada para cobrir tudo, menos o valor do lucro do lugar. Isto chega a mais de 2 mil milhões de euros. A empresa cobra por quase tudo – desde sentar-se ao lado do seu companheiro de viagem (os passageiros geralmente são colocados longe dos companheiros de viagem, para incentivá-los a pagar por lugares perto de quem viajam) como a água que bebe caso se sinta mal durante o voo.
Se, por algum motivo, se esqueceu ou não conseguiu fazer o check-in do seu voo online, certifique-se de chegar ao aeroporto mais de duas horas antes do voo. Caso contrário, será multado no valor de 55 euros. Se fez o check-in, mas não imprimiu o cartão de embarque, talvez seja necessário pagar 20 euros.
Desde o dia 1 de novembro, que a Ryanair mudou as suas políticas de bagagem. Agora, até mesmo a bagagem de mão deve ser paga separadamente. A empresa alega que pagando pelo bilhete, o passageiro paga apenas pelo próprio voo. Bagagem é um extra.
A determinada altura houve conversas de que até ir à casa de banho no avião não seria gratuito. Numa entrevista, O’Leary revelou que estudaram a possibilidade de colocar uma fenda na porta da casa de banho. As pessoas precisariam de gastar uma libra para usar a casa de banho. Isto poderia significar que, mulheres grávidas ou famílias com filhos teriam algumas despesas adicionais, por exemplo, apenas por terem algumas necessidades que outros poderiam não ter.
Em 2017, Michael O’Leary, CEO da Ryanair, falou sobre a possibilidade dos passageiros voarem com a Ryanair gratuitamente “nos próximos cinco a dez anos”. Alegou que a empresa vai ganhar dinheiro com a partilha das receitas do aeroporto “de todas as pessoas que irão frequentar aeroportos. ”
Provavelmente, podem vir a implementar taxas novas e criativas, mesmo se os bilhetes cheguem a ser gratuitos. Talvez um fee de “pressurização de cabine” seja a próxima aposta da empresa.
1. Termos ilegais e condições
Em 2015, a Ryanair decidiu fazer uma alteração nos seus termos e condições numa tentativa de reduzir, de seis para dois anos, a quantidade de tempo que um passageiro teria para apresentar uma reclamação. Felizmente, os tribunais intervieram e determinaram que a companhia aérea não pode ditar o limite de tempo na compensação de atraso de voo.
Em 2016, a Ryanair ficou sob ataque devido a uma atualização dos termos e condições. Porquê? Bem, as novas regras eram basicamente ilegais.
A atualização afirmava que “Os passageiros devem enviar os pedidos diretamente à Ryanair e permitir que a Ryanair responda em 28 dias, ou dentro do tempo determinado pela lei aplicável (o que for menor), diretamente aos passageiros antes de envolver terceiros para reivindicar em seu nome.
A Ryanair não processará as reclamações apresentadas por terceiros se o passageiro em causa não tiver apresentado o pedido diretamente à Ryanair e autorizado a Ryanair a responder.
Esta regra privou os passageiros de terem a opção de recorrer a uma empresa terceira para ajudar com a reivindicação. Infelizmente esta medida, ainda consta nos seus termos e condições.
Até agora, acompanhar as notícias sobre a Ryanair pode ser considerado uma forma de entretenimento. Tantos escândalos, tantas mudanças políticas… Ryanair – é como um presente que continua a dar que falar.