Como e porque as companhias aéreas vendem bilhetes que não existem

De acordo com a ABC News, em 2016, 46.000 passageiros dos EUA foram impedidos de embarcar nos respectivos voos. O número é ainda mais elevado na Grã-Bretanha: 50.000 passageiros foram solicitados a sair do avião no mesmo ano. Muitas companhias aéreas pelo mundo recorrem deliberadamente ao “overbooking” por razões económicas, estragando milhares de planos de férias e negócios. As companhias aéreas fazem de tudo para maximizar o lucro com a venda de bilhetes adicionais e, aparentemente, nada para ajudar aqueles que sofrem os inconvenientes causados pelo “overbooking”.

“As empresas prevêem o número de não comparências por rota através de algoritmos e, em seguida, vendem vários bilhetes não existentes. Isso pode trazer dinheiro, mas também fechar a porta aos passageiros com bilhetes. De acordo com a análise da UE, a probabilidade de todos os passageiros com um bilhete válido fazerem o check-in a horas é, estatisticamente, inferior a um em 10.000. No entanto, há 900 milhões de passageiros pelos aeroportos europeus todos os anos, o que significa que 90 mil passageiros viram os seus planos familiares ou de negócios afectados por causa de um algoritmo”, explica Marius Stonkus, CEO da SKYCOP.

Porém, muitos têm planos cuidadosamente organizados e os passageiros com horários inflexíveis estão prontos para protestar contra as companhias aéreas que agem apenas em função dos seus próprios interesses. Quando Dr. David Dao foi brutalmente arrastado para fora de um avião da United Airlines contra a sua vontade, os actos violentos dos agentes de segurança chamaram a atenção da comunicação social. Em Abril, Dr. Dao partiu o nariz e os dentes e sofreu uma concussão. Esse comportamento com clientes com menos sorte é difícil de compreender e torna a questão sempre presente.

“As práticas e os comportamentos violentos a que assistimos actualmente são intoleráveis. Na qualidade de prestadora de serviços, a companhia aérea deve explicar os seus direitos aos passageiros. Os passageiros têm de abandonar os voos devido a falhas das companhias aéreas, mas ficam em terra sem qualquer explicação nem orientação. Em vez de pagarem indemnizações, as companhias aéreas encontram maneiras de atrair e enganar passageiros chocados com vales-oferta e passagens aéreas irrelevantes, quando, na realidade, só as companhias aéreas britânicas deveriam pagar 17 milhões de euros em indemnizações por “overbooking” todos os anos”, explica M. Stonkus.

De acordo com o regulamento n.º 261/2004 da UE, quando rejeitados na porta de embarque devido a “overbooking”, os passageiros têm direito a uma indemnização de 250 € a 600 €. E se a companhia aérea não tiver intenção de cobrir os danos morais e físicos com uma indemnização adequada, os passageiros podem e devem recusar-se a abandonar o avião, explica. M. Stonkus.

“Se não houver uma oferta de indemnização, os passageiros têm o pleno direito de manter os seus lugares o tempo que desejarem. Ao abrigo da legislação da UE, além da indemnização devida, a companhia aérea tem de lhes permitir escolher um de duas opções: um voo alternativo ou um reembolso. Ao optar por um voo redireccionado, é o passageiro quem decide voar o quanto antes ou numa data posterior que lhe convier. Se desejar voar o mais rapidamente possível, a companhia aérea deve oferecer cuidados e assistência enquanto espera pelo voo. Isto significa comida, bebida, comunicação e alojamento, caso deva passar a noite”, resume o CEO da plataforma global www.skycop.com.

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